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Estudo internacional dá respaldo ao uso seguro do Amianto Crisotila


Estudo assinado por uma equipe de cientistas, tendo à frente o suíço David Bernstein, uma das maiores autoridades em toxicologia do mundo, está provocando reviravolta na compreensão dos efeitos do amianto na saúde humana, servindo para separar e melhor distinguir os tipos nocivos existentes daquele que é usado no Brasil, o crisotila, considerado seguro para sua aplicação dentro dos rígidos controles da indústria brasileira.  

O estudo foi publicado no ano passado pela renomada Critical Reviews in Toxicology (em tradução livre, “Estudos Críticos em Toxicologia”) e se mantém, até o presente, dentre as cinco pesquisas mais vistas e baixadas no site da revista (http://informahealthcare.com/txc), o que revela a importância que lhe foi dada pela comunidade científica internacional. Na prática, ele promove uma revisão completa de pesquisas relacionadas ao amianto, literalmente desconstruindo trabalhos que utilizavam o termo genérico “amiantos” para descrever tanto o crisotila quanto anfibólio.
Esses fatores confundiram e impediram a diferenciação quando se associava aos casos de doenças provocadas pela exposição ao mineral, conforme registrou o estudo. “Além disso, em virtude do uso comum do amianto para dois tipos de minerais e usos similares, era possível imaginar que todos os tipos de amianto poderiam ter potências semelhantes. Na verdade, pelo fato do mesmo nome ser utilizado para esses dois minerais muito diferentes, o intuito foi de equipará-los em vez de diferenciá-los”, advertiu.

Como se sabe, o uso intensivo e sem a devida proteção do amianto anfibólio na Europa resultou na ocorrência de milhares de casos de doenças entre os trabalhadores e motivou o banimento do produto em diversos países. A partir daí, promoveu-se em todo o mundo uma campanha de proibição, sem considerar a diferença existente no tipo crisotila, bem como nos avanços no campo da segurança de trabalho em muitos países. 

O Brasil, por exemplo, além de possuir uma das legislações mais rigorosas do mundo, destaca-se nesse cenário pelos maciços investimentos que garantem total segurança no manuseio do produto. Um Acordo Nacional para uso controlado e responsável do amianto crisotila, firmado entre empresários e trabalhadores, já completou 24 anos e reflete o compromisso voltado para o bem-estar de quem está exposto ao produto. O ar que se respira na mina e nas fábricas registra abaixo 0,01 fibras por centímetro cúbico, quando a própria legislação brasileira define como seguro o ambiente de trabalho que registra limites abaixo de 2 fibras por centímetro cúbico.

Esse dado é de grande importância, uma vez que o estudo deixa claro que nas avaliações sobre baixas exposições, o amianto crisotila “não apresentou risco detectável à saúde”. Os estudos de toxicidades avaliados identificaram que as fibras de crisotila são rapidamente eliminadas pelo nosso organismo, segundo os autores. Em outro trecho, os cientistas frisaram que os estudos sobre a utilização do crisotila em produtos com alta densidade de cimento (como é o caso das telhas, em cuja composição o amianto não atinge 10%, ficando o restante ocupado por cimento e celulose reciclada), fornecem uma base confiável para estabelecer seu uso de forma segura. 

Além de David Bernstein, assinam o estudo os cientistas Jacques Dunnigan, da Universidade de Sherbrooke, de Quebéc, Canadá; Thomas Hesterberg, do Centro de Toxicologia e Saúde Ambiental  de Little Rock , Arkansas; Robert Brown, toxicologista de Rutland, Reino Unido; Juan Antonio Legaspi Velasco, da Academia Nacional de Medicina do México, Cidade do México; Raúl Barrera, do Instituto Nacional de Enfermidades Respiratórias, Cidade do México; John Hoskins, toxicologista independente, Surrey, Reino Unido; e Allen Gibbs, Hospital Llandough, Penarth, Gales, Reino Unido.