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Fibra de cana não está à altura do Amianto, diz IBC sobre pesquisa


Pesquisa levada a cabo por alunos do Centro Universitário da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), de São Bernardo, sobre uma possível substituição da fibra de amianto por bagaço de cana-de-açúcar na fabricação de telhas onduladas, foi destaque em alguns veículos de comunicação em janeiro de 2014 e levou o Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC) a se manifestar publicamente para contestar algumas conclusões precipitadas que se fizeram a respeito. A principal delas, a de que o bagaço representa um “substituto à altura” do amianto.

Em nota, o IBC lembrou o fato de o próprio estudo reconhecer que a inclusão das fibras de cana, na verdade, piora o desempenho mecânico do produto final. “Em linguagem simples, não consegue reproduzir a qualidade das fibras de amianto, cujas principais características são resistência e durabilidade”, destacou o IBC após submeter o trabalho divulgado pela FEI a diversos especialistas. A conclusão reafirma o que já prega a literatura mundial no que diz respeito à incapacidade de materiais orgânicos resistirem ao ambiente alcalino do cimento, provocando, desse modo, sua degradação em escala apenas de meses.

“Apesar de serem válidos os esforços de tais experimentos, não se pode afirmar que a fibra do amianto crisotila tem na cana-de-açúcar um substituto à altura, capaz de fornecer produtos confiáveis”, continuou a nota do IBC, lembrando, ainda, que no decurso de produção do fibrocimento, mais de 90% de sua composição é de cimento, calcário e papel celulose, sendo o restante (menos de 10%, pois os percentuais não são absolutos) de amianto do tipo crisotila, cuja extração e comercialização no Brasil seguem normas de segurança extremamente rigorosas.